Este texto apresenta o dossier temático “Temas clássicos em Ricoeur: hermenêutica, religião, reconhecimento”. A apresentação explica a origem dos artigos, procedentes do VII Congresso Ibero‑Americano sobre o Pensamento de Paul Ricoeur, “Ricoeur e os Clássicos”, expõe de forma sucinta a importância da reflexão sobre os clássicos no contexto da hermenêutica ricoeuriana, e introduz cada um dos artigos do dossier. A hermenêutica bíblica e a relação entre filosofia e religião, a própria noção de “clássico”, bem como a investigação da questão do (...) reconhecimento são exemplos de temas clássicos explorados aqui, no contexto do pensamento de Ricoeur. (shrink)

Nesta entrevista, conduzida por Gonçalo Marcelo e Maria Luísa Portocarrero, Daniel Frey, professor de filosofia da religião na Universidade de Estrasburgo e Presidente do Conselho Científico do Fonds Ricoeur, apresenta alguns aspetos centrais da sua investigação filosófica, do seu desenvolvimento intelectual e das atividades desenvolvidas no Fonds Ricoeur. Daniel Frey expõe a sua teoria hermenêutica da leitura, influenciada por Gadamer e Ricoeur, mostrando a especificidade da abordagem hermenêutica da leitura. Na entrevista, o autor também explora a importância da filosofia do (...) jovem Ricoeur dos anos 1950‑1960, e a evolução da relação entre filosofia e religião em Ricoeur. Fazendo uma breve descrição do estatuto das obras que se tornam “clássicas” e dos projetos recentes do Fonds Ricoeur, como a digitalização dos arquivos de Ricoeur, esta entrevista de Daniel Frey mostra‑nos até que ponto o trabalho de Ricoeur se encontra hoje aberto a novas leituras e interpretações. (shrink)

This paper´s aim is to outline the foundation of Paul Ricœur´s ethics, which we believe to be a hermeneutical experience of recognition of existence´s original claim, a thesis that he takes from his master Jean Nabert. Although the question of recognition appears only in the last work of Ricœur, we hold that it is already present since the earliest works, particularly in The Symbolism of Evil , insofar as, through symbolic language, the contrasting experience of evil leads to the whole (...) hermeneutical process of recognition and interpretation of an original affirmation, despite evil. The very theme of man´s capability, including the issue of self-esteem, shall be understood on the basis of this original affirmation, which reveals his plural condition in the plan of responsibility in the context of applied ethics. (shrink)

Andrzej Wierciński’s "Existentia Hermeneutica: Understanding as the Mode of Being in the World" is absolutely innovative in its reflection on the hermeneutic relationship between philosophy and theology. It represents a profound analysis of the whole tradition of philosophical hermeneutics and Catholic theology, which drew upon the former for a new account of the problematic of faith.

The aim of this article is to situate the problem of the conflict of interpretations in Paul Ricœur by placing it in the context of Ricœur’s anthropological reflections on the questions of fallibility and evil. The article invokes the distinction between fallibility and evil and analyses the symbolic language of evil as a reason for the hermeneutic turn of Ricœur’s thought. The implications of this topic for the philosophical analyses of language and consciousness are then put in relief. The article (...) explains the inner workings of the logic of the conflict of interpretations, showing its perspectival trait, and claims that this notion remains pertinent given that its method can today be applied to conflicts of interpretations other than those Ricœur dealt with. (shrink)

Procura-‑se compreender com este artigo os motivos da hermenêutica do testemunho em P. Ricoeur. Tentamos mostrar como esta categoria, de cariz eminentemente ético, é importante numa reflexão sobre o existir que não parte já da pura espontaneidade do cogito, mas da necessidade de uma reflexão mediata sobre a condição humana, isto é, sobre as suas ações, decisões e modos de estar-‑no-‑mundo. Não há para o filósofo qualquer compreensão que o sujeito possa ter de si mesmo que não esteja mediada por (...) signos, símbolos e textos. Daqui o valor ético de uma recuperação hermenêutica do testemunho, da história e do tesouro dos grandes símbolos das várias culturas que nos influenciaram. É a dialética da atestação pessoal de capacidades, no exercício do testemunho, e a dimensão hermenêutica e mesmo metafórica deste que preservam o âmbito histórico e ético da memória e da abertura ao que historicamente ficou por realizar e permanece em aberto, ao nível do absoluto ético desejável. (shrink)